Óleo sobre tela - laranja e azul

Esta é a imagem original, tamanho 9x12cm.

Referência. Esta imagem veio com uma tela riscada, dessas que a gente compra em lojas de artesanato. Não havia referência ao nome do pintor. É da empresa Paulo Roberto Jamelli. Particularmente, acho que telas riscadas não são mais fáceis de pintar, como à primeira vista pode parecer. Acho até que o risco impresso atrapalha.

Um alerta: esta imagem tem proporção 3X4 cm. A tela que a acompanha tem proporção 5X7 cm. É como se alguém nos vendesse uma boneca, que usa manequim 6, junto com uma cartela de roupinha  de manequim 4. Obviamente a roupa não vai caber na boneca. É o que acontece com esta tela. A imagem tem proporção para uma tela de 60x80 cm, mas a tela que a acompanha é de 50x70 cm, ou seja,  quem pintar a tela seguindo o risco, vai ficar frustrado, com certeza. Entrei em contato com a empresa, mandei e-mail, mas até agora (julho de 2010) ninguém respondeu. Comprei outra tela, sem risco, com a proporção adequada, 60x80 cm. Fica aqui o alerta: ao comprar uma tela já riscada, verifique se a proporções da tela e da imagem são compatíveis.

 Iniciei a pintura em março de 2010. Espero concluí-la até dezembro. Postei  aqui algumas imagens e dicas. Vou esperar até que o trabalho esteja pronto para escolher as melhores imagens e compartilhar com você  os prazeres e "tropeços" que estou tendo com este estudo. Por enquanto,  o que posso dizer é que o quadro já está bem adiantado. Acho que vai ficar bonito.  :))

Todas as cores utilizadas neste trabalho são da marca
Corfix (tinta a óleo)


Primeiro passo: escaneei a imagem para o computador para estudá-la. O estudo também poderia ser feito utilizando-se uma fotocópia ampliada.
A "regra dos terços" é usada por profissionais que trabalham com imagens. Dividindo-se uma tela em três partes iguais, no sentido horizontal e vertical, os pontos de encontro das linhas determinam pontos que atraem o olhar do observador.
Na imagem abaixo, percebe-se como o pintor usou a regra dos terços.

Segundo passo: Por onde começar a pintar? Riscar a tela? Como?

Pode-se dividir a tela em quatro partes, pode-se usar a regra dos terços ou pode-se ampliar a imagem.
Dica para ampliação: Divida as laterais da tela em 10 partes na horizontal e 10 na vertical, usando uma fita métrica (a fita métrica é maleável, melhor não usar réguas). Com fita crepe, fixe linhas de costura nas laterais e estenda sobre a tela, formando uma grade de fios. As marcas para colocação dos fios são feitas nas laterais da tela, assim, sempre é possível, em qualquer etapa do trabalho, refazer a grade, para conferir espaços e ângulos. Sobre a grade de fios estenda uma folha de papel, qualquer papel que permita ver a grade. Para o exemplo, usei duas tiras de papel manteiga para cobrir a tela. Faça a divisão da imagem a ser pintada também em 10 partes na horizontal e na vertical. Amplie a imagem no papel sobre a tela, usando como referência a grade de linhas. Retire a grade de fios e passe o risco para a tela usando papel carbono ou outra técnica.

Tela com grade de fios.


Lateral da tela

Esboço da ampliação da imagem


Terceiro passo: Toda cor tem três atributos: valor, matiz e intesidade. A escala de valores é como uma régua, que nos permite medir o valor de uma cor numa escala de cinzas entre os valores máximo(o branco e o preto). Pode-se comprar escalas de valores em lojas de artigos para pintura.
A escala abaixo eu fiz em papelão, com mistura de tinta branca e preta (marca Corfix). Os orifícios foram feitos com furador de papel e são úteis quando se quer isolar uma cor das que estão ao seu redor, seja na paleta, quando estamos misturando as tintas, seja para estudar a imagem do modelo a ser pintado.

Escala de valores

Quarto passo: início da pintura
Iniciei a pintura pelo céu,  com uma aguada (tinta bem líquida), mistura de azul ultramar + laranja + terebintina, correspondente a um tom médio da escala de valores.

No detalhe ampliado da foto em preto e branco, pode-se perceber melhor o valor de cinza correspondente ao azul do fundo do céu.
Nas próximas etapas, vou continuar usando a escala para saber quanto é preciso escurecer ou clarear as misturas de cores na paleta, antes de pintar.

Teoricamente, nesta fase os valores deveriam estar definidos. Isso não acertei. Nos outros quadros também não. Falta experiência. Mas, como nos outros quadros, ajusto os valores na etapa seguinte. O que ficou bom acho que foram as proporções. No final, acredito que vai ficar bacana, porque o modelo é interessante. Então, aqui está a etapa aguada pronta, com o esboço do quadro delineado.
 

Aqui está um detalhe do quadro com a foto original ampliada ao lado. Pode-se observar como os ajustes estão sendo feitos, ajustes de valor e intensidade. Valor, como disse anteriormente, é o tom que uma cor tem numa escala em preto e branco. Intensidade é a saturação do pigmento (o quanto uma cor é "berrante"). Segundo Beth Edwards, no livro Color: a course in mastering the art of mixing colors, a mais alta intensidade de uma cor é exatamente como ela sai do tubo.
Nesta fase da pintura pode-se perceber a necessidade de se diminuir a intensidade do azul e aumentar o valor das áreas escuras (mistura de azul e laranja). Ajustando valor e intensidade das misturas de cores, o estudo vai ganhando forma e o quadro vai surgindo.


Segunda-feira, 13 de dezembro de 2010. Em outubro interrompi os estudos de pintura em tecido para dar continuidade à pintura do quadro. Está assim.  Acho que está ficando legal.
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Terça-feira, 12 de abril de 2011. Considero o quadro terminado. Fiquei contente com o resultado. Aprendi bastante, mas há muito mais que quero testar e aprender. Estou ansiosa para começar meu novo projeto.
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